Gaveta Anímica

As gavetas aqui disponíveis são livres para depositar as ânsias que trazes na alma, ou apanhar um pouco da alma das coisas que aqui se encontram.
Que todas as almas sejam livres para navegar os caudalosos rios da arte(vida) e desemboquem no grande oceano da vida(arte).
Sintam-se todos convidados.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

arma ama

.................................bicho que gera teia............
...............................pelo alimento que ingere..............
....................................sabe o gosto....................
...................................da alfinetada............................
..............................................................................
.................................se dopa envenenada................
................................com proteína própria....................
.................................................................
................................é...........................
..........................só no balanço do vento mais forte....
...................................que......................
.....................................se armadilha.........
.......................................na seda..............
.......................................................
....................................embriagada pelo ar...

terça-feira, 26 de julho de 2011

cio que precipita

ímen no ar
naquela nave mãe noite
quem não já
nu

molho no céu
na imensa montanha nascendo
naquela nuvem
nem de leve
que leva o pingo
na imensa montanha nascendo
molho do céu

esvai gota nua
na altura
ímen no ar

nem de leve
que leva o pingo
nem bate na terra
nem pensa

suspensa
nua

quarta-feira, 13 de julho de 2011

tinta liga

o ser que adora o agora
são cristais escassos na cola

acefalado múltiplo
collor de bolor
tinta liga

acerta a emenda
cola do núcleo
dispensa olhos cegos
em órbita
egos

desmanchar a luz
debulhar olho cru
do trigo que ferve
na água que prega
no muro que totem
vendado se fecha
pra não ver
o desgaste da rua
vaidade que dispersa

acefalado múltiplo
collor de bolor
tinta liga

na linha
os pontos de testa
pra cada eu
vagando no mundo

tinta liga

furtar a cor da vaga
da dispersão
primária ágora

malsinada da cria
passado de pedra
cristal arrancado depressa
aprecia
sina que cava a dura
era erodida

esbagoar a sangue o cristalino

quinta-feira, 12 de maio de 2011

brita de brincar

qual é o bicho de favela
que nasceu na terra
no quintal da faveleira
furou o tijolo, teto e telha
furou o asfalto da rua
e triturou pedra de brita
pra meninada brincar de giribita

qual foi?
foi um caô!
caiu chinelo, chave, chibata
chama e cheiro
chuá
cai chuva
cai chuva
no céu chuveirinho
chuá
qual foi?
a mãe chamou!

a mineira é maneira!
maneirar na mineira oh mãe
maneirar na mineira oh pai
maneirar na mineira oh tio
dá bala doce
a meninada quer
dá bala doce
a meninada faz
maneirar na mineira

P P P P P P

Pá pá pá pá
P P P P P P
Quá
Quá quá quá quá
Q Q Q Q Q Q

qual é o bicho de favela
que nasceu na terra
no quintal da faveleira?

brita de brincar de giribita!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

TRECHO POEMA POEIRA

...

Escrevo no escuro
Por causa de ti
de Tis

onde estava
quando o onde
era talvez

vejo meu quarto
como nunca
o antes

Desculpe
se acreditas
em culpa

Amar canta

musas
aumentam
a pressão
atmosférica
do museu

A dicotomia
me faz pensar

Aponta-me
uma ferida
do lado esquerdo
das coisas

listo doença
para o esquecimento
NECESSITO-O

Trombicadas
do passado
já não me enferrujam

Só durmo
quando acabar
palavras

Falta saliva
na boca da gente...

Quantas páginas
passaram sem quando?

Quantos quandos
existiram
no Rio Guandu

Na paisagem
que se vê
da janela

Indo no ônibus
de ar,
mata
céu de arco-íris

o que nos faz pensar
é corpo

e já durmo,
caneta...

Arthus Fochi

sábado, 7 de maio de 2011

Néctar

queimo o peso do dia
e a formiga de cabeça grande
carrega a pesada pétala amarela
a pétala ama
sempre amará linda
sem saber do sal
o sol saberá a cada dia

de repente
a cabeçada toda reunida
fazendo do que cai amarelo
pétala pétala pétala anda
pintura tinta de sol no chão
sob o céu de toda a formigada

despedaçam a flor no ato
uníssonas

seguem a marcha crescente
rente ao buraco do néctar
seguem a marcha crescente
ao lado de obreiros
que concretizam o céu
carregando o peso do tempo

cai uma cinza
cai na formiga